Espaço do Criador: Criação de Curió para principiantes – Procedimentos básicos e essenciais. parte 3

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Criação de Curió para principiantes – Procedimentos básicos e essenciais. parte 3

Quanto ao curió galador, tem que estar preto, em torno de um ano e três meses de idade. A idade essencial para um curió se destacar como um exímio galador é a partir dos quatro anos de idade, porém nada impede de curiós com idade inferiores a isso serem empregados como galadores. Há casos de curiós pardos que são galadores, raras exceções, tudo depende do libido e genética do pardo.
Há curiós pretos, que mesmo sendo excelentes no canto, não são galadores. Isso pode ter sido ocasionado devido a excesso de produtos vitamínicos ministrados a ele, que o deixou estéril, por isso, não ministre exageradamente medicamentos ou polivitamínicos ao seu curió, pois poderá deixá-lo impotente (estéril). Essa dica serve também às fêmeas. Outro caso para curió preto não ser galador, caso mais comum, prende-se ao fato de ter sido colocado com fêmea agressiva, que na tentativa de galar, é agredido por ela, isso faz com que esse curió fique intimidado e nunca mais na vida tenha coragem de galar uma fêmea.
Para dar um curso de formação ao curió galador é relativamente fácil, basta criar o filhote macho sem ver fêmeas de curió até ficar pintado ou maracajá. Após isso, mostrar ele a fêmea por alguns minutos durante o dia e em seguida deixá-lo próximo da gaiola da fêmea com isolamento visual entre as gaiolas, por um período de um mês. 
Colocar a gaiola do futuro galador encostado a uma gaiola criadeira vazia com os passadores abertos, para treiná-lo a desenvoltura de passar de uma gaiola para a outra. 
Após ele estar acostumado em transpor os passadores das gaiolas, você irá usar três gaiolas - a gaiola do futuro galador, uma gaiola criadeira vazia e uma gaiola criadeira com uma fêmea. Empregue o seguinte método: Encoste a gaiola do macho com a uma gaiola vazia, deixe os passadores aberto e coloque um pedaço de papelão ou outro material entre a gaiola do macho e a gaiola vazia. Encoste a gaiola criadeira com uma fêmea na gaiola vazia, deixando o passador da gaiola da fêmea fechado. Retirando o isolamento visual (papelão) entre as gaiolas, para que o macho adentre na gaiola vazia.
Bem, vamos então ao objetivo propriamente dito, a criação de Curiós.
Agora que você conhece um pouco sobre fêmeas e machos de curiós, vamos aos procedimentos básicos e essenciais, que sem dúvidas poderá levar ao sucesso ou fracasso na criação. 
O curió galador e a fêmea que será empregada no acasalamento deverão ser mantidos um em cada gaiola, de forma que não se vejam, somente ousam entre eles o canto do galador e as pialadas da fêmea. 
Algumas vezes no dia, passar com a gaiola do galador em frente da gaiola criadeira da fêmea, uma maneira de despertar o interesse mútuo entre fêmea e macho e também incentivar a fêmea em pedir gala. 
Colocar material presa na parede interna da gaiola criadeira, a fim de estimular a fêmea a forrar o ninho e a pedir gala. O material mais comum e prático a ser usado, pode ser um pedaço de corda de sisal desfiada, com 10 a 15 cm de comprimento.
O curió galador deverá ser saudável, fogoso e estar com o canto firme. Não precisa necessariamente ter um canto clássico perfeito, seja praia grande ou outro dialeto regional, precisa estar cantando, seja canto clássico, mateiro ou grego.


Para quem quer ter um filhote destinado exclusivamente para o encarte de um canto clássico, com o intuito de treiná-lo para participar de torneios de canto, esse filhote não deverá em hipótese alguma ouvir o pai de canto imperfeito ou com canto em que omite alguma nota. O curió aprende a cantar por imitação e provavelmente aprenda com o pai todos os defeitos de canto.
O mentor e principal responsável pela criação de curiós, além do macho e fêmea obviamente, é o criador. 
Fica difícil precisar o momento exato em que a fêmea irá pedir gala, cabe ao criador o senso de observação, geralmente a fêmea pede gala bem cedo ou no final da tarde. 
De nada adianta o criador querer forçar uma gala, ou seja, mesmo a fêmea não tendo pedido gala, encostar as gaiolas de macho e fêmea com um isolamento visual (pedaço de papelão) entre as gaiolas e de repente retirar o pedaço de papelão e liberar a passagem do macho para a gaiola da fêmea, achando que vai acontecer a gala. 
Para descobrir o momento em que a fêmea irá pedir gala, o criador deverá madrugar próximo da gaiola criadeira da fêmea, geralmente quando o dia começa a nascer e a claridade começa a adentrar pela janela, despertando a fêmea de uma noite de sono. 
Nesse momento, o macho também acorda e começa a cantar, isso faz com que a fêmea no momento certo peça a gala. 
A fêmea pedindo gala, é o momento exato, coloca-se a gaiola do macho encostada na gaiola criadeira da fêmea, com um pedaço de papelão entre as gaiolas, ambas com o passador aberto. Em seguida, retira-se o isolamento visual entre as gaiolas, teoricamente a fêmea ao ver o macho, pede gala e o macho adentra sorrateiramente na gaiola criadeira e acontece a cópula. 
As vezes, a fêmea não pede gala e o macho, assim mesmo adentra na gaiola da fêmea, porém não acontece a gala, apenas uma correria do macho atrás da fêmea, nesse caso, separa-se imediatamente o macho da fêmea, isso implica que a fêmea ainda não está pronta para pedir gala. 
Se isso acontecer, não desanime, isso é natural, repita o processo quantas vezes for preciso, por vários dias, até conseguir êxito. 
Aí que entra a paciência e tempo disponível do criador, não deu certo no primeiro dia, repita o processo por quantos dias for necessário, até que a gala aconteça. De nada adianta tentar somente um dia e desistir, achando que a fêmea não aceita o galador. 
Com determinação e paciência, um dia você conseguirá acasalar macho e fêmea e alcançará o objetivo desejado. 
O mesmo processo de acasalamento deve ser empregado a tarde, então lá pelas 16:00 a 17:00 horas, o criador fica na campana, observando o momento exato em que a fêmea peça gala.

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